21 de julho de 2010

Mais do Meu Edem.

Há cães, de todas as raças, de todos os tamanhos. Dóceis e companheiros. Os mares têm águas mornas, nem quentes demais nem frias demais. E quando saímos da água, não há vento que nos cause frio por estarmos molhados. As montanhas são altas o bastante para que haja neve no topo e, ao mesmo tempo, baixas o bastante para que não nos cansemos da escalada. Nunca faz muito calor, nem muito frio. A grama é como um infinito carpete, sem bichos nem terra suja, e suas folhinhas não pinicam na pele. As noites sempre são muito estreladas, e a fase da lua é escolhida por nós. Há tantas flores quanto estrelas no céu. Flores de todas as cores, fragrâncias e tamanhos. Flores com muitas cores, até. As frutas são muitas, também. Todas perfeitas, para nós somente. Tudo é muito calmo e aconchegante. Sempre. […]

18 de julho de 2010

Sinto falta.

Sinto falta de escrever, sabe, Fulano? Antes, me parece, era mais fácil. Sem muitas novidades, ou alterações numa rotina estúpida. Penso eu, era mais fácil me concentrar ou me inspirar pra reclamar da vida. Ou será que estou perdendo minha escrita? Isso me apavora completamente. Não poderia perder minha escrita. Não! Escrever é natural, pra mim, não pode deixar de ser. Nunca! Sinto falta de parar a mente, descansar, e viajar pelo Meu Mundo, tranquila, sem outras coisas quaisquer que me requeiram mais atenção que meu mundo maravilhoso. Preciso incluir todas essas atuais e maravilhosas experiências no Meu Mundo. Ah, sim! Precisa haver geleiras e casinhas lindas no meio de montanhas lá também. É isso, Manuela, filtrar a realidade e inserir o mais doce e belo dela no Meu Mundo. Ah, como está, por mais difícil que me pareça, ainda mais belo e perfeito do que antes! Mas, Fulano, a vida deve ser isso mesmo, não é? Viver e aperfeiçoar nossos próprios mundos à medida que vivemos. Nunca piorá-lo, pois My Wonderland é minha Utopia particular. É único, meu, feito por mim. Ah, é maravilhoso viajar no Meu Mundo. Você, Fulano, nem, talvez, após minha morte, poderia entrar completamente nele. Talvez sobrevoar, ou até, quem sabe, eu poderia permitir algum tipo de city tour… Mas aí teria que ser um “mega-mundo-tour”. Ainda assim, Fulano querido, não conheceria Meu Mundo. (Conhecer, preste atenção ao significado do verbo). [http://meupenseiro.blogspot.com/2010/04/campos-floridos-frescor-dos-ventos-azul.html]

8 de julho de 2010

Diário de bordo. - haha!

Muito legal e satisfatório viajar a outro estado depois a outro país bem longe do seu quando se está doente. Não quero ser, nem parecer, a reclamona, mas estou muito indisposta, hoje. Garganta doendo, corpo todo, cada músculo também, e o nariz, meu fiel inimigo, está como poucas vezes esteve.

Estou mais calma. Já estamos com um bom tempo de voo e estou assistindo ao show do John que eu tenho no iPod. Pelo menos não estou com fome, nem com vontade de fazer xixi, porque, o frio está insuportável! Estou de blusa de manga comprida e de moletom, mas está horrível, aqui! Não vim de tênis, como sempre viajo, e meus pés, já não os sinto direito! Certo, sinto sim, mas estão feito pedras de gelo! Meu nariz e minhas mãos idem! O Marcelo aqui do lado fica jogando no Nintendo DS dele, e a todo tempo me mostrando alguma coisa nalgum jogo besta. Queria, às vezes, que ele fosse uns sete ou oito anos mais velho. Sabe, se fosse oito anos mais velho, nove mais oito são dezessete. Ah, seria ótimo! Teria um lindo e ciumento irmão mais velho de dezessete anos, que aprenderia comigo, ainda assim, e me ensinaria, um pouco mais. Acho que a parte dos jogos bestas persistiria, mas com certeza ele seria muito maduro e inteligente pra idade, o que já é, e me faria uma companhia grandemente melhor! ‘Tadinho. Eu o amo tanto, com nove aninhos, com esse corte de cabelo que eu detesto, com esses barulhos tão irritantes quanto os comentários, ambos dos joguinhos. Mas, talvez, se fosse oito anos mais velho, eu sentisse falta de um caçula tão doce e meigo.

Chegamos no Rio. Fizemos o check in e já começamos a ver gringos. Já estou mais nervosinha, vendo tanto louro falando inglês. Um tio da mamãe veio aqui com a esposa nos ver, e estamos, agora, batendo um papinho carioca. Já falamos da violência, de baralho, agora estamos tentando comprar um par de meias pra burra que veio de chinela – eu. A internet aqui é paga, adorei a notícia. Já twittei um pouquinho pelo meu celular, já que, pagar por pagar, prefiro pagar com segurança. Não deu pra ver o Cristo do avião, mas o Rio é mesmo lindo, mesmo dentro duma janelinha de avião.

Pensei que o voo Fortaleza – Rio tivesse ganho o prêmio de pior voo que eu fiz em toda a vida. Mas ele perdeu o prêmio imediatamente para o Rio – Atlanta. Meus lábios estão queimados, meu nariz todo ferido por dentro e escorrendo a todo tempo, meu corpo dói e todo o resto dos sintomas já descritos. Mas tudo piorou. Passaram quatro filmes durante o voo, mas só vi dois: um cujo nome não me lembro, e o outro foi Idas e vindas no amor, acho que é assim o nome. Outro foi o filme do livro que eu tava querendo ler o (esqueci o nome, droga), que eu não quis assistir, pensando em ler o livro. Foram dez péssimas horas de viagem, congelando e sofrendo, com sono e gripe. Bom, agora estou no avião que me levará a Vancouver! Até que enfim. Ainda assim, serão outras muitas horas de voo. Well, tenho que desligar agora, o avião vai decolar.

6 de julho de 2010

Terça-feira, seis de julho de 2010.

É muito lógico da natureza humana sentir-se muito bem quando muito querido. É lógica. Mas, falar da minha inimiga lógica também seria uma boa. Pode perceber: quando paparicamos uma criancinha, alimentamos seu ego, elas ficam muito felizes, muito agradadas. Cara, não posso deixar de me sentir assim quando todos aqueles que fazem parte da família que eu escolhi - amigos são a família que escolhemos ter - dizem, sinceros ou não, que sentirão minha falta pelos cinco meses que passarei fora do país. Isso é bom! Agradável ao extremo. Alimenta meu ego, mas além disso, é tão bom se sentir querida! É bom quando - de verdade ou de mentira - eles desejam coisas boas a mim, desejam que eu suba na vida. É maravilhoso sentir, mesmo que alguém minta, que não causo assim tanto mal a eles quanto penso que causo. Porque minha autocrítica é bastante pra ter certeza de que não sou a melhor amiga que se pode ter, e isso me incomoda, porque eu tenho os melhores amigos que se pode ter. Fui abençoada, no dia de hoje, e vivi este dia como nunca tinha vivido na presença deles. Fui sem medo de estar feia, sem medo de tratar mal, de magoar alguém. Nem sei o que a viagem tem a ver com isso, mas eu estava assim, e foi maravilhoso! Que eu não seja esquecida por nenhum deles, e principalmente, que a falta de convivência não afete TANTO - porque sempre afeta - a confiança que eles têm em mim, o carinho, o hábito de me contarem sobre suas vidas e de fazerem questão da minha companhia ou da minha opinião. Gente, eu preciso disso, preciso ser, sempre, parte das vidas de vocês. Amor.