15 de junho de 2010

'It's like a desabafo' - do qual rio.

Ai, Fulano, isso é péssimo! Odeio me sentir tão assim! Achar que preciso de um desses, achar que preciso desse. Me deixa mal. Me deixa muito mal pensar ter esse tipo de vazio, e pior ainda, não encontrar preenchimento. Me deixa péssima pensar que o que viso não mereço, ou, simplesmente, não sou percebida. Isso me deixa mal, sim. Sei que não deveria, mas sinto-me assim. É ruim não se sentir percebida. Gostaria de ser percebia por quem percebo. PERCEBER, é querer demais? Acho que o perceber diz muito menos do que pensarão meus futuros leitores, aqueles que vierem a ler este texto. Muito menos, meus queridos. Perceber, apenas. O resto é consequência.

13 de junho de 2010

Só mais uma de minhas loucuras ingênuas.

É tão estranho, não é? Perceber certas pessoas, certos traços. Perceber mais pessoas e traços do que se costuma perceber. Estranho. Parece, até, meio desesperador, às vezes. É ruim. Isso é muito ruim, pra mim. Perceber e reparar em coisas ‘indignas’ de percepção desse tipo, isso não é bom, não. Há de haver certo grau de importância, de conhecimento, de inteligência, de convivência. Há de haver muitos aspectos a serem criticados racionalmente. Há de haver música. Há de haver meios através dos quais não se cometa mais os mesmos erros de sempre, ou pior, os mesmos erros de antes. Porque, isso sim, seria terrível. Cometer o mesmo erro, deixar-se levar pelas mesmas desgraçadas exceções, isso sim seria o pior.
Mas há de se saber que algo melhor é esperado, e cumprir-se-á! Algo melhor, algo certo. Algo insuperável, inconfundível e absoluto. Eterno. Há de haver discernimento. Há de se saber com certeza no que investir e no que apostar. O que aceitar. Há de se esperar, de se aprender, de se crescer. No fim de tudo, então, há de haver o ideal.

7 de junho de 2010

"- Srta. Kook, - ele falava tão baixo e pausadamente que, mesmo com palavras proferidas em presença, era difícil entender – conhecemo-nos há muitos anos. E creio ser essa a razão do meu tão grande apreço pela senhorita. Conheço-a bem o bastante para saber seus gostos e desgostos, seus princípios, seus valores, seus talentos, seus defeitos e suas virtudes. Julgo ser esse o real motivo de todo acelerar de minhas pulsações em cada um de nossos encontros. Querida Gina, quando tinha apenas treze anos era a criatura mais teimosa do universo. Era teimosa, mas extremamente culta e inteligente para alguém com apenas treze anos de idade. E apaixonei-me completamente por você nesta época. Completamente, perdidamente, inevitavelmente, Gina. E, quando pensei que fosse errado, quando pensei ter de desistir de meus sentimentos pela senhorita, descobri que era-me impossível. Com tudo o que vivemos, com tanto que crescemos, com tudo o que aprendi sobre você, nunca foi possível que isso mudasse. De fato, meus sentimentos apenas cresciam, a cada olhar, a cada briga, a cada conversa. E, receio, minha querida Gina, que eu não suporte mais um minuto sequer sem tê-la. Por favor, Gina, prive-me de tanto sofrimento. Case-se comigo."

Fragmento de 'só uma coisinha pra escola', de Manuela Napoleão.

2 de junho de 2010

"Planejo dar um baile, quem virá? Planejo dar-lhe um vestido lindo, aceitará? Planejo surgir no baile a seu lado, para não ser egoísta ao ponto de privar a todos de tal beleza e pureza. Planejo belas músicas e cores. Planejo um belo luar, e belas estrelas. Planejo, aceitará? Não importarão a mim os pensamentos alheios. Só aos pensamentos dela servirei, e só por eles guiar-me-ei. Oh, penso que rosas são as ideais. Rosas com um lindo vestido, aceitará? Será, certamente, uma noite maravilhosa. Privar-me-ei de qualquer tipo de cortesia dirigida a qualquer pessoa que não ela. Não importa a mim o que eles pensarão. Nunca importou, de fato. Aceitará? E caso não aceite? Caso recuse também a mim? O que farei? Não suportaria nem um minuto sem minha bela M.J. Não suportaria uma recusa. Mesmo que não houvesse vestido algum, rosa alguma, música, luar, baile algum. Eu abriria mão de qualquer luxo por ela. Ainda que nada mais houvesse, havendo permissão para visitar-lhe, há paz em meu coração insano e perdido. Coração tão completamente e precocemente entregue a M.J."

Fragmento (inédito) de "Livro dois", de Manuela Napoleão.