É inevitável. Falar de ti é meu vício contínuo. E, sabe, era mais fácil quando a rotina me permitia escrever-te cartas. Tu já foste tantos. Já foste real, mas, na maioria das vezes, és imaginado. Idealizado. Meus amigos me condenam por isso. "Você nunca encontrará um príncipe encantado". Não consigo evitar continuar pensando que sim. É um tipo de fé irracional, a minha, não? Que seja, sou assim. Irracional e cheia dessas loucuras ingênuas que nunca me deixam. Será que és uma delas? Será que o resto do mundo está mesmo com razão? Será que não és meu príncipe? Eu oro tanto. Oro para me tornar alguém suficientemente bom para ti. Acho que é isso que devo fazer. Ser suficiente para ti, pois sei que és bom demais. És minha promessa e meu alvo. Será que estou mesmo tão errada ao pensar assim em relação a ti? Oh, meu bem, não mude. Se o mundo estiver certo, essa frase é mesmo verdade: a felicidade é inversamente proporcional ao conhecimento. Estou feliz em toda minha idealização. Talvez quando te tornardes tão cheio de defeitos e traços os quais eu tenha que entender, te tornes ruim. Mas, não, não consigo imaginar, sequer. Talvez esse futuro tão esperado esteja cheio de 'cascas de banana'. Porque o relacionamento humano é cheio de cascas de banana, todo o tempo. Cito o que já antes escrevi: "Pessoas são bichos complicados, logo, casais são complicados em dobro". O certo é que não existe 'alma gêmea', ou duas pessoas que se entendam perfeitamente. Mas existem aquelas que se esforçam mais, e é isso que nos torna um. Tu sempre estiveste no meu coração, e o amor que sinto por ti sempre existiu. Não sei como, não sei porquê, mas é assim. E está guardado, até um grande dia. Um lindo e maravilhoso dia quando saberei quem verdadeiramente és, e a quem verdadeiramente entregarei esse amor, esse coraçãozinho complicado que é o meu. A ti, meu príncipe, quem quer que sejas.