27 de novembro de 2009

O pai diz à filha que, quando ela crescer o suficiente, ganhará o melhor e mais lindo presente de todos. Ganhará quando souber como cuidar dele e como amá-lo. Ele diz que ela o amará como nunca amou outro presente, e diz que ele pode estar em qualquer loja da cidade, mas ele não diz qual brinquedo é. Então, a menina passa a imaginar como ele será, qual a cor, forma e função. Imagina em que loja ele estará, quanto ele custará. Ela não consegue mais esquecer esse presente, mesmo que nem o conheça. O que lhe conforta é saber que ele está lá, em algum lugar. Ela sonha em vê-lo, tocá-lo, amá-lo. Chega a sofrer por sua falta, por não saber quando o ganhará. Quer logo. Muitas vezes ela perde a vontade de brincar com outros brinquedos, porque sabe que nenhum brinquedo seria tão bom e adequado a ela. Seu pai a conhece muito bem. Esse presente será perfeito para ela e ela será a dona perfeita para esse brinquedo. Ela já sente isso. Mesmo que ele quebre algumas vezes, sempre será dela e ela sempre o amará. A ansiedade da menina é antecipada, mas ela não pode conter, então, ela escreve.

Nessa pequena história, Deus é meu pai, eu, a menina e você é meu presente.




Rodeada de pessoas, de conversas, de mensagens, por que me sinto só? Amigos, festas, cinema, nada disso basta. "I miss you, I miss you..." É só o que costumo ouvir. E você? É você. É você a razão pela qual nada é o bastante. Pela qual nem o melhor dos amigos nem o mais incrível admirador apaixonado são motivos de alegria e satisfação pra esse meu coração. Sem você eu viro bicho, viro noites, esqueço das regras. Sem você eu me limito, me resisto. É sufocante a sensação de não te ver. O que me resta é pensar no que serei ao seu lado. Serei, enfim, bela só por estar perto de você? E minhas loucuras ingênuas, persistirão? Já tenho opinião formada sobre esses momentos, nossos momentos. Deleitar-me-ei em teus braços e contentar-me-ei com teus sorrisos. O mundo ao nosso redor resumir-se-á em vultos manchados e só terei olhos para ti, meu bem. Tu tentarás árdua e freqüentemente ultrapassar os pesados portões do mundo só meu. E eu, árdua e freqüentemente tentarei contemplar as maravilhas do mundo só teu. E esse será nosso conto de fadas. Nem a Música saberá expressas nossa harmonia, e nosso sentimento será absolutamente visível, mesmo a olhos sem sentimentos. Pois nada poderá comparar-se ao brilho de nossos olhares trocados. E num futuro ainda mais absurdamente distante, caso um de nós dois parta antes do outro, póstumas memórias escrever-se-ão no coração daquele que ficar, e ainda seremos fiéis. Será que concordas comigo? Será que pensas em mim tanto quanto penso em ti? Eu te desejo.