18 de maio de 2010

"Acabo de ter a honra de receber sua carta, pela qual peço que aceite os meus sinceros agradecimentos. Estou muito preocupado em saber que algo em meu comportamento na noite passada não recebeu sua aprovação, e embora me sinta incapaz de descobrir o que fiz para ofendê-la, suplico-lhe que me perdoe e posso lhe garantir que agi inteiramente sem a intenção de lhe magoar. Jamais me lembrarei da minha relação com sua família em Devonshire sem o prazer mais profundo, e quero acreditar que ele não será rompido por algum engano ou má interpretação das minhas ações. Meu afeto por toda sua família é muito sincero, mas se tive a infelicidade de dar motivo para que acreditasse em algo além do que eu realmente sentia, ou quisesse expressar, devo recriminar-me por não ter sido mais cuidadoso com as manifestações dessa estima. Se alguma vez quis dizer mais que isso, deve considerar impossível, quando entender que meus afetos já estão comprometidos há muito tempo em outra parte, e não se passarão muitas semanas, creio, antes que se cumpra esse compromisso. É com grande pesar que obedeço a sua ordem de devolver-lhe as cartas com que me honrou e o cacho de cabelo com que tão gentilmente me presenteou. Sou, minha querida senhora, seu mais obediente e humilde servo, John Willoughby".
Fragmento de "Razão e Sensibilidade", de Jane Austen.


Foi um susto, de fato. Um tapa na cara. Minha querida J.A. demonstra maravilhosamente, com certas diferenças, algo com o que me identifico, como sempre. De Marianne para Willoughby gritante e repentinamente.

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