11 de outubro de 2009
Conto (I)
Estavam, ambos, atrasados para seus respectivos compromissos. Dentro do carro, ouviam música, cuja função era lhes tirar o estresse causado pelo trânsito da cidade. A música não ajudava. Os carros na rua eram como abelhas em uma colméia, o que fazia com que eles pegassem o mesmo sinal muitas vezes. Quando, enfim, cruzaram o sinal verde, pararam novamente. A sensação que tinham era de que o tempo passava mais depressa que o normal. Parados atrás de nove outros carros, viram o sinal abrir e a outra faixa de carros mover-se, ao contrário da que estavam. O primeiro carro de sua faixa estava imóvel. Todos os outros carros já buzinavam impacientemente. Passar à outra faixa era impossível, devido à velocidade dos carros que nela passavam. Os minutos avançavam e o atraso aumentava. O homem, tomado completamente por raiva, estresse e impaciência, desceu de seu carro em direção ao carro que estava parado. Ao som de inúmeras buzinas, ele aproximou-se daquele carro, nervoso. Em frente ao carro parado, abaixou-se a fim de falar com o motorista. Uma mulher pálida, toda ensanguentada, com graves ferimentos na cabeça, hematomas e marcas de espancamento, morta, estava sentada ao volante do carro que não se movia.
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Foi um dos sonhos que às vezes tenho, acordada. Horrível.
ResponderExcluirHorrível. [2]
ResponderExcluirMas gostei da forma como você escreveu. Como quem prende a atenção do início ao fim.